segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Linux - Adeus a Janela de Terminal

Quando resolvi escrever meu livro aberto sobre o Linux (Instalei o Ubuntu e agora?) apenas desejei um único detalhe:

Ficar completamente longe do terminal

A primeira vez que tentei utilizar o Linux na minha vida foi quando comprei um livro, não me lembro do título mas lembro que era bem grosso e vinha com um disquete com o Sistema Operacional Slackware. Para aqueles que chegaram a conhecer essas primeiras versões vão lembrar muito bem dessa figura:


Quando um colega que entendia muito do Linux conseguiu instalar o disquete no meu PC 386 juro que me senti como se tivesse adquirido um desses computadores bem antigos, cadê a janela gráfica que o Windows 3.11 possuía é que facilitava muito meu trabalho? Como iria instalar meus aplicativos? O que ia fazer com um sistema operacional que tinha uma bela tela preta e a linguagem C como pano de fundo (era um programador Pascal).

Minha segunda tentativa foi quando estava escrevendo meu primeiro livro de PHP, tinha uma pilha de CDs do Linux que vinham naquelas revista que se encontrava aos quilos nas bancas (outra metade dos meus CDs eram Demos de jogos – Sim, para os novinhos nos divertíamos com uma ou duas fases de um jogo e isso durava horas). Pensei que o PHP, Apache e o MySQL por serem totalmente livres nada mais justo que usasse um sistema também livre para o livro, só que queria que a instalação fosse fácil para meu leitor (afinal não estaria do lado dele instalando o ambiente). Era assim, pegava um CD, instalava o SO, tentava colocar o Apache e um editor de modo simples (em muitas distros o MySQL já vinha instalado), não dava muito certo (ou era muito complicado) e então mudava de distro (e de CD), resultado que meus dois livros de PHP são escritos com o Windows.

Vou ser bem franco, achava o Linux é um belo Sistema Operacional para os outros e ainda tentei usar sem muito sucesso o Kurumin (um LiveCD brasileiro), mas em momento nenhum o via como substituto do Windows apenas um sistema para pessoas que adoravam perder muito tempo para fazer algo que com alguns cliques resolvia. Durante muito tempo achei que nunca mais usaria esse sistema, até um dia que meu filho meu deu seu Netbook e não sei porque resolvi instalar o Linux Educacional e vi que finalmente tinham domesticado o Pinguim e poderia ser usado para alguma coisa boa, o comecei a usar na faculdade e já estava com desejo de formatar meu Desktop e Note.

Minha mudança definitiva aconteceu com todos os problemas que ja citei no meu blog de literatura (leia aqui) e resolvi tentar usar mais uma vez. Infelizmente as recomendações que recebi foi: “Instale o sistema sem a parte gráfica que você aprenderá muito mais” e devo confessar que foi a coisa mais IDIOTA que ouvi nos meus 25 anos de informática. Isso soou como alguém dizendo: “Jogue fora seu computador e use novamente seu TK-83C ou que tal trocar o LibreOffice pelo WordStar ou RedatorPC”. Quero meu computador para editorar esse livro, fazer meu trabalho da faculdade, programar com um belo editor colorido, baixar a interface do Arduíno, usar programas que comumente uso no meu trabalho, assistir a um vídeo, ouvir uma boa música e por aí vai e isso não tem nada a ver com ps aux | grep [nome] e boa sorte para quem sabe o que isso faz.

No que puder evitar de usar o terminal no livro, evitarei. Não espere encontrar referências aos comandos tail ou cd, o que é a pasta \etc ou \opt e qualquer outra coisa dessas. Tentarei e irei simplificar tudo ao máximo. Infelizmente alguns capítulos não me permitiram deixar tudo de modo gráfico ainda teremos que botar um pouco a mão no terminal mas nada que consiga assustá-lo muito.

Para aqueles que não gostam de fazer as coisas no modo gráfico minha recomendação é que nem comece a ler este livro e procure pelo Guia FOCA que está disponível livremente na Internet. Aqui pretendo deixar as coisas mais fáceis possíveis e isso significa:
  1. Mostrar sempre a facilidade gráfica do Ubuntu; 
  2. Dizer que sim, usar o Ubuntu é tão fácil de usar quanto o Windows; 
  3. Dizer que sim, minha avó (se estivesse viva) podia usar o Ubuntu sem problemas; 
  4. Dizer que sim, acredito que minha avó usa o Ubuntu no “Nosso Lar”. 
E pense bem meu amigo que adora o terminal pois passou um bom tempo nessa tela para aprender a usar o sistema: “Meus Parabéns” pois você será absolutamente necessário e terá emprego garantido (ou poderá ganhar muito dinheiro prestando consultoria) quando 90% do mundo usar o Linux, só que esses 90% usam o Windows. Desse modo, vamos parar de besteira e começar a ensinar ao usuário novato que o Linux mudou e está amigável, mais gráfico e fácil de usar e quem sabe assim consigamos difundir a ideia de um sistema operacional totalmente livre.

Meu compromisso com o leitor é que ao final de ler este livro ele consiga montar uma tela tão prática, usual e principalmente GRÁFICA quanto a minha.


Obrigado e até a próxima
Fernando Anselmo

PS. Recomendo como forma de complemento a leitura desse artigo http://hipertextual.com/2015/02/lo-mejor-de-linux. Espero que possa ser muito útil como forma de reflexão para muitos que amam realmente o sistema Linux. E já que estão no embalo do espanhol vejam esse outro também http://hipertextual.com/archivo/2014/07/mitos-sobre-linux/.

3 comentários:

  1. Olá Fernando. Uso Linux desde 2009. Quando comecei estava no Ubuntu 9.04 com Gnome 2. Ainda não era tão simples de mexer, porque hoje praticamente não é necessário usar o Terminal, mas naquela época era mais na marra que se fazia as coisas.

    Pra falar a verdade hoje sei usar o Terminal bem, mas concordo com vc que isso é meio perda de tempo, pois isso só distancia o usuário do Linux, mas pra mim é o meio mais rápido de se fazer alguma coisa no sistema, por isso eu o uso. Mas quando preciso ensinar alguém algo de Linux eu ensino graficamente mesmo para o usuário gostar do sistema.

    Atualmente uso Fedora, pois o Gnome Shell é meu ambiente preferido e gosto de ter o sistema atualizado, mas isso é gosto pessoal.

    Fique com Deus! Um abraço!

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  2. Uma pena, apenas, que ainda não dá pra se ver livre do terminal totalmente. Uma configuração diferente da usual e já era. No Fedora mesmo, você precisa do terminal para ter melhor controle da atualização de pacotes e adição de repositórios.

    O terminal é importante porque ele é o jeito mais prático para realizar muita coisa. Negar isso é afirmar que uma bicicleta é inútil porque já existem motos.

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  3. Belo post. extenso, mas belo.
    Eu também vivo dizendo e retrucando para iniciantes "fecha essa tela de terminal". Terminal é ótimo, mas NÃO se vc não tem a necessidade de usar.

    E outra coisa importante, terminal n é privilégio de Linux. Eu trabalho c programação e na hora de montar o instalador automático como q agente faz tudo no rWindows? TERMINAL! ... abre porta do firewall pelo DOS, altera registro pelo DOS, altera pasta pelo DOS (leia-se DOS como aquele emulador do DOS q vem no rWindows). + quem + em um trabalho normal precisa criar instaladores ou tarefas autônomas?

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