Sinto pena de quem não gosta de ler, ou simplesmente porque tem preguiça, “O Caderno de Maia” é uma aventura incrível que se fosse levada para o cinema com certeza seria totalmente cortado. O livro conta a história de uma menina de 19 anos chamada Maya Vidal de origem Chilena que se vê presa em uma ilhota paradisíaca com o nome de Chiloé (uma pesquisada rápida no Google e você verá que a ilha é realmente linda). O livro é uma retrospectiva entre a história de Maya e a sua nova vida na ilha convivendo com Manoel (ou como Maya diz, abandonada com três morcegos, dois gatos e um cachorro manco). Maya é uma menina esperta que foi criada pelos avós, Popo e Nini já que o Pai, um aviador não lhe dava atenção. Observamos o carinho imenso que os avós têm pela menina inclusive levando ela para suas viagens ao redor do mundo. Popo é um avô extraordinário e faz tudo o que pode para ensinar Maya sobre a vida, só que infelizmente contrai câncer.
Quando Popo morre e a vida de Maya, com 13 anos, dá uma guinada de 360°, invadida por uma imensa tristeza, se junta com as piores meninas do colégio, e começa a abandonar as aulas para comprar drogas (ainda leves, como Maconha e Ecstasy), bebidas e a roubar. Envolvida em um acidente, ela acaba internada em uma clínica. Ao fugir, depois de algum sofrimento, vai parar em Las Vegas. Mais uma vez, a autora não poupa nada a mostrar o real mundo das drogas, e agora Maya se vê metida com traficantes virando uma mensageira, acaba viciada em Cocaína e está totalmente afundada no Álcool. Mas o pior ainda estava por vir, pois o chefe do tráfico que a protegia morre e ela se afunda em Crack e Heroína, é a terrível vida desconhecida da bela cidade dos Cassinos é aberta sem floreios.
Enquanto isso na ilha Maya trava contato com seus incríveis habitantes, instrutora de uma escolinha de futebol, fazendo parte de um clube de Bruxas e seu contato com a Tia Branca e Manoel, ela descobre novamente uma tremenda paz e uma nova razão de seguir em frente e se livrar de seu passado sombrio. Só que Manoel possui um trauma que foi vivido sob a ditadura no Chile sob o regime de "Augusto Pinochet" e mais uma vez a autora não coloca nenhum floreio ao contar as torturas, os desaparecimentos e as vidas que foram desfeitas.
Este é um livro surpreendente, onde existe uma mescla de humor, ação e uma tristeza imensa, mas também existe uma grande esperança, e entre as descobertas de Maya vamos aprendendo com essa garota que é preferível uma vida normal e sem grandes aventuras.
Obrigado e até a próxima
Fernando Anselmo
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